Por que toda empresa precisa de um DPO?

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Imagem da gerente de RH Cleusimar Oliveira da Dynamic Travel.

A LGPD trouxe novas exigências às empresas brasileiras, reforçando a importância da segurança da informação, governança de dados e responsabilidade no uso de informações pessoais. Neste artigo, você vai entender o papel estratégico do DPO ou Data Protection Officer, (responsável pela proteção de dados) dentro das organizações, suas principais funções e como ele contribui para a credibilidade e confiança corporativa.

O conteúdo também aborda o case da Dynamic Travel, que iniciou sua adequação à LGPD antes mesmo da obrigatoriedade. O conteúdo apresenta desafios, aprendizados e práticas aplicáveis a empresas de pequeno e médio porte.

Ao final, você encontrará um checklist e orientações para implementar a LGPD de forma eficiente, e verá como a Dynamic Travel, referência em gestão de viagens e eventos corporativos, transformou a conformidade legal em diferencial competitivo.


Nos últimos anos, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), transformou a forma como as empresas lidam com informações pessoais. Em um mundo movido por dados, onde cada transação, reserva ou formulário carrega informações sensíveis, garantir segurança, transparência e governança passou a ser requisito essencial, não apenas para evitar multas, mas para construir credibilidade e confiança.

Dentro desse contexto, surge o papel estratégico do DPO (Data Protection Officer), chamado pela LGPD de Responsável pelo Proteção de Dados. Esse profissional é o elo entre a empresa, os titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), sendo responsável por orientar, fiscalizar e garantir o cumprimento da lei.

Mais do que uma exigência legal, a LGPD representa uma mudança de mentalidade: a transição de uma cultura de uso irrestrito das informações para uma cultura de responsabilidade e respeito ao dado pessoal.

Para compreender esse cenário de forma prática, vamos primeiro revisitar os conceitos fundamentais da LGPD e do papel do DPO, e, em seguida, mergulhar no case da Dynamic Travel, que transformou a adequação legal em uma oportunidade de fortalecimento institucional.


Objetivo deste artigo:
Neste guia, você vai entender a importância de ter um DPO dentro da sua empresa e quais os benefícios que ele agrega em seu negócio. Ao final, você terá acesso a um checklist prático com ações reais para aplicar imediatamente em sua empresa.

Entendendo a LGPD: o que é e por que ela é essencial

A LGPD foi inspirada em legislações internacionais, como o GDPR europeu, e entrou em vigor em 2020 com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade, privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade.

Ela se aplica a qualquer operação que envolva coleta, armazenamento, tratamento, compartilhamento ou exclusão de dados pessoais, seja por meio físico ou digital.

Os principais pilares da LGPD incluem:

  • Finalidade: o tratamento deve ter um propósito legítimo e específico;
  • Necessidade: coletar apenas o essencial para a atividade;
  • Transparência: o titular precisa saber como seus dados serão utilizados;
  • Segurança: medidas técnicas e administrativas para evitar incidentes;
  • Responsabilização e prestação de contas: a empresa deve demonstrar que cumpre a lei.

Além disso, a LGPD prevê sanções administrativas, que podem incluir multas de até 2% do faturamento anual, limitadas a R$ 50 milhões por infração, além de bloqueio ou eliminação de dados.

Mas, mais do que evitar penalidades, a conformidade tornou-se um diferencial competitivo. Empresas que demonstram cuidado com a privacidade transmitem confiança e se posicionam como parceiras seguras em um ambiente digital cada vez mais exigente.

Governança de dados e segurança da informação: os pilares da conformidade

Adequar-se à LGPD não é apenas revisar políticas ou criar documentos, é implementar um modelo de governança de dados que envolva pessoas, processos e tecnologia.

Governança de dados

A governança define como os dados são gerenciados em todo o ciclo de vida, desde a coleta até o descarte. Envolve o mapeamento de fluxos, definição de papéis e responsabilidades, criação de políticas internas e monitoramento contínuo.

Empresas que possuem uma boa governança são capazes de demonstrar “accountability”, ou seja, conseguem provar que suas decisões e controles estão alinhados aos princípios da lei.

Segurança da informação

Já a segurança da informação diz respeito às medidas que garantem a integridade, confidencialidade e disponibilidade dos dados. Isso inclui controles de acesso, criptografia, backups, logs de auditoria e planos de resposta a incidentes.

De nada adianta um processo juridicamente correto se a infraestrutura tecnológica não oferece proteção adequada, por isso, o DPO atua em conjunto com equipes de TI e compliance para estabelecer padrões de segurança.

O papel do DPO: elo entre lei, tecnologia e pessoas

De acordo com o artigo 41 da LGPD, o Encarregado pelo Tratamento de Dados Pessoais tem a missão de:

  1. Receber comunicações da ANPD e dos titulares de dados;
  2. Adotar providências internas e prestar esclarecimentos;
  3. Orientar funcionários e contratados sobre boas práticas de proteção de dados;
  4. Executar outras atribuições definidas pelo controlador ou pela autoridade.

Na prática, o DPO é o agente de governança da privacidade, responsável por conectar o jurídico, a tecnologia e a cultura organizacional. Ele garante que a empresa não apenas cumpra a lei, mas também compreenda o valor estratégico da proteção de dados.

Para empresas de pequeno e médio porte, o DPO pode ser interno (funcionário designado) ou externo (consultoria especializada). O mais importante é que esse papel tenha autonomia e autoridade para propor mudanças e fiscalizar práticas.

Por que toda empresa precisa de um DPO?

Toda empresa, independentemente do porte ou segmento, trata dados pessoais em algum momento: informações de colaboradores, clientes, fornecedores, parceiros ou leads de marketing. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) determina que essas informações sejam tratadas com segurança, transparência e responsabilidade.
É justamente aí que entra o papel do DPO.

Ter um DPO é essencial porque:

  • Evita riscos legais e multas, assegurando que a empresa esteja alinhada à LGPD;
  • Fortalece a confiança de clientes e parceiros, mostrando comprometimento com ética e segurança;
  • Aumenta a credibilidade institucional, especialmente em processos de concorrência e auditorias;
  • Promove cultura organizacional de privacidade, reduzindo falhas humanas e vazamentos;
  • Melhora a governança de dados, integrando jurídico, tecnologia e gestão de pessoas.

Em resumo, o DPO é o guardião da privacidade corporativa, um papel estratégico que protege a reputação da empresa e transforma a adequação à LGPD em vantagem competitiva real.

Dynamic Travel: um passo a frente em governança e LGPD

Na Dynamic Travel, empresa especializada em gestão de viagens e eventos corporativos, o processo de adequação começou antes mesmo da obrigatoriedade legal.

Segundo Cleusimar Oliveira, DPO e responsável pelo RH, a decisão refletiu uma visão estratégica:

“Quando implantamos a LGPD, ela ainda não era obrigatória. Fizemos antes, porque sabíamos que nosso trabalho envolve pessoas , e o RH já é um canal sigiloso, habituado a tratar dados pessoais. A empresa entendeu que fazia sentido ser o guardião dessa nova política.”

Esse pioneirismo colocou a Dynamic à frente do mercado em termos de maturidade e conformidade.

Diagnóstico e desafios iniciais

O primeiro passo foi um diagnóstico detalhado dos fluxos de dados. Cleusimar lembra que esse foi o maior desafio:

“Todos os departamentos trabalham com dados pessoais, RH, operações, eventos, comercial. Precisamos entender como esses dados transitavam, como chegavam, eram tratados e descartados. Isso exigiu um trabalho conjunto com cada líder e uma equipe multidisciplinar.”

“A operação tem uma forma de tratar dados diferente do marketing, por exemplo. Então, cada departamento ganhou sua própria política, mas todos seguem os mesmos princípios de segurança, como a campanha de ‘mesa limpa, tela limpa’.”

Cleusimar Oliveira, DPO e Gerente de RH da Dynamic Travel

O resultado foi a criação de uma política interna de privacidade abrangente, com regras gerais e diretrizes específicas por área.

Governança e cultura interna

Com base nesse diagnóstico, nasceu o Programa de Privacidade de Dados Pessoais da Dynamic Travel, um conjunto de regras, treinamentos e boas práticas.

“Na integração de novos colaboradores, já falamos sobre a LGPD e o porquê dela existir. Cada um recebe um termo de responsabilidade e participa de treinamentos. Mas não basta implantar uma vez; estamos retomando reciclagens semestrais para manter o tema vivo.”

Essa prática reflete o princípio de governança contínua. A conformidade, segundo a DPO, não pode ser tratada como um projeto pontual, mas como um ciclo permanente de conscientização.

Parceria e responsabilidade compartilhada

A Dynamic também estendeu sua atuação à cadeia de fornecedores e parceiros.

“Quando um cliente contrata nossos serviços, ele confia dados sensíveis dos seus colaboradores. Por isso, todos os nossos contratos trazem cláusulas específicas sobre o uso e o sigilo dos dados. O princípio é claro: os dados só podem ser usados para o fim acordado.”

“Os clientes perguntam sobre nossas políticas, querem ver o programa de privacidade. Isso gera credibilidade imediata. E é bom para todos, porque a responsabilidade é compartilhada: se um fornecedor vazar dados, todos respondem, nós, ele e o cliente.”

Essa preocupação reforça a confiança dos clientes corporativos, que frequentemente questionam, em processos de seleção, como a LGPD é aplicada na Dynamic Travel.

O desafio do descarte e da retenção de dados

Entre os pontos mais complexos da LGPD está o controle e o descarte de dados.

“Esse é o mais desafiador”, diz Cleusimar. “Por exemplo, ao receber currículos para um processo seletivo, precisamos definir quanto tempo esses dados ficam guardados. Se a pessoa não é contratada, os dados devem ser descartados. Parece simples, mas exige disciplina.”

“Aqui, nossa política define que o banco de talentos é excluído anualmente. O que firmamos, precisamos cumprir.”

Ela reforça que a LGPD não impõe prazos fixos, mas exige coerência e cumprimento da política interna.

Resultados e maturidade organizacional

Cinco anos após o início da jornada, os resultados são evidentes:

“Nunca tivemos incidentes de vazamento. Isso é reflexo da conscientização e do envolvimento de todos. A equipe entende que não existem duas interpretações: dado é dado, e precisa ser tratado com zelo.”

“Os clientes percebem que somos uma empresa que leva a LGPD a sério. Isso traz confiança e fortalece a parceria.”

Além da ausência de incidentes, a Dynamic conquistou credibilidade e segurança nas relações comerciais.

Cleusimar resume a jornada com uma visão clara:

“As empresas que ainda não se adequaram estão atrasadas. A LGPD não é mais diferencial, é essencial. Se você não controla seus dados, está exposto.”

Cleusimar Oliveira, DPO e Gerente de RH da Dynamic Travel

Checklist prático para adequação para governança de dados

Para ajudar pequenas e médias empresas que desejam iniciar seu processo de adequação, reunimos um checklist simplificado.

Ação recomendadaResponsável
Mapear os fluxos de dados pessoais em todos os departamentosDPO + líderes
Identificar a base legal para cada tipo de tratamentoJurídico / DPO
Nomear formalmente um DPO (interno ou externo)Diretoria
Criar políticas de privacidade e termos de usoDPO / Consultoria
Implantar medidas de segurança da informaçãoTI / Segurança
Treinar equipes e realizar reciclagens periódicasDPO / RH
Estabelecer prazos de retenção e descarte de dadosDPO / Jurídico
Inserir cláusulas de LGPD em contratos com fornecedoresJurídico / Compras
Manter registros e relatórios de conformidadeDPO / Auditoria
Revisar e atualizar políticas conforme mudanças legaisDiretoria / DPO

A jornada da Dynamic Travel mostra que a adequação à LGPD vai muito além do cumprimento legal. Em um setor que lida com informações sensíveis de clientes e colaboradores, o investimento em privacidade se traduz em confiança, solidez e diferenciação competitiva.

Com 20 anos de experiência em gestão de viagens corporativas e eventos, a empresa transformou a LGPD em parte de sua cultura, e sua DPO, Cleusimar Oliveira, em símbolo dessa nova mentalidade de governança de dados.

A mensagem é clara: proteger dados é proteger pessoas, marcas e reputações. E, no mercado corporativo moderno, credibilidade é o ativo mais valioso que uma empresa pode ter.

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